Mostra Homenagem: Dila

Procissão de São José do Bonfim, acrílica sobre tela, 2021
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)

Apresentação

Dileusa Dinis Rodrigues, a Dila, nasceu no dia 26 de abril de 1939, em Humberto de Campos, no Maranhão. Autodidata, expressa-se por meio de pinturas em óleo sobre tela. É também escultora, gravadora e ilustradora.

Com trabalhos expostos em importantes galerias, Dila é uma referência nacional em arte naif. Seus temas variam entre cenas rurais e urbanas, resultado da sua origem no interior do Maranhão e da experiência em São Paulo, cidade onde residiu e iniciou a carreira artística. Dila tem painéis pintados no aeroporto internacional de São Luís, Assembleia Legislativa e no campus de São Luís da Universidade Federal do Maranhão, além de obras na sede da Junta Comercial do Maranhão.

A exposição reúne vinte obras de autoria de Dila, entre pinturas e litografias. Esta reunião de trabalhos só foi possível graças ao apoio do Solar do Outono e de Petros Stasinos e dos seguintes colecionadores: Eliézer Moreira, Anna Graziella Neiva e Raíssa Moreira Lima, Marcos Neres e César Casagranda, Rodrigo Fioravante, e do procurador-geral Eduardo Jorge Hiluy Nicolau. Dedicamos a eles a nossa gratidão.

A Mostra Homenagem: Dila segue em cartaz até o dia 16 de dezembro, no Espaço de Artes Márcia Sandes, na Procuradoria Geral de Justiça, com visitação das 8 às 15h.

Francisco Colombo / Curador Centro Cultural do Ministério Público

Bumba Meu Boi, acrílica sobre tela, 2021
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Lavadeiras, óleo sobre tela, 2002, 33 (A) x 35 cm (L)
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)

DILA

Para sentir a alma de um país basta descobrir como os artistas plásticos representam sua terra e seus anseios.

Dila, inscrita na linhagem de Arte Naif, autodidata, presente no palco internacional, faz parte daqueles artistas abençoados que acreditam que sua missão na terra é pintar. Seu universo pictórico, facilmente reconhecível, jorra de um olhar encantado pelo mundo, olhar que ainda não perdeu a fé no humano.

Ela adquiriu o domínio do desenho, da composição, das tintas a óleo sempre rebeldes, da xilografia e da litografia para tecer um louvor à terra, sua vegetação luxuriante, seus habitantes assíduos, tudo ilustrado minuciosamente… sua paleta, sempre harmoniosa, afluente, terrestre. As formas humanas, voluptuosas e sensuais, iguais a anjinhos barrocos nascidos no Brasil, possuem corpos desejantes que nos fixam com um olhar despretensioso. O mais marcante na obra de Dila? A onipresença do social, do coletivo. Pessoas que cuidam da terra, pessoas unidas em festas, casamentos, tarefas cotidianas, procissões, eventos históricos, num tom sempre sereno, embora solene.

O drama existencial escapa das telas da pintora. Só existe a visão de um paraíso cativante não perdido e aquela firmeza de que um mundo pacífico pode, sim, existir.

Parafraseando o escritor francês André Malraux, Dila surge como nossa amada “jardineira milagrosa que sabe plantar flores até no cimento”.

Petros Stasinos

Mestre em Psicologia da E.H.E.S.S., Paris

São Luís, 26 de Novembro de 2021

Procissão de São José de Ribamar, acrílica sobre tela, 2021
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
De Euclides da Cunha – Monte Santo., litografia (P/A), 1986, 76 (A) x 56,5 cm (L)
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Os ribeirinhos, litografia (30/100), 1991
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Sem título, litografia (P/A), 1988
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Pantanal, litografia (45/100), 1990
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Sem título, litografia (68/100), 1990
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Maria Fumaça, litografia (P/A), 1991
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Sem titulo, litografia (P/A), 1988
Obra pertencente ao acervo Eliézer Moreira
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
A colheita de algodão, acrílica sobre tela, 2021
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Sem título, óleo sobre tela, 2004
Obra pertencente ao acervo Eduardo Nicolau
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
A pescadora, óleo sobre tela, 2014
Obra pertencente ao acervo Marcos Neres e César Casagranda
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Ternura, óleo sobre tela, 2021
Obra pertencente ao acervo Anna Graziella Neiva e Raíssa Moreira Lima
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Na sombra do antigo botequim, óleo sobre tela, 2017
Obra pertencente ao acervo Anna Graziella Neiva e Raíssa Moreira Lima
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
São Francisco, óleo sobre tela, 1987
Obra pertencente ao acervo Rodrigo Fioravante
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Casarão, óleo sobre tela, 1984
Obra pertencente ao acervo Rodrigo Fioravante
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Vilarejo, óleo sobre tela, 1977
Obra pertencente ao acervo Rodrigo Fioravante
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)
Sem título, óleo sobre tela, 1977
Obra pertencente ao acervo Rodrigo Fioravante
Foto: Elizabeth Bezerra (CCMP)

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